Na segunda-feira (31), logo pela manhã, irei levar o meu filho para uma consulta de avaliação no centro especializado de reabilitação da APAE. Nos períodos da tarde e noite, dedicarei minhas atenções ao trabalho, como sempre o faço desde então.
Na segunda-feira, logo pela manhã, aquele simpático senhorzinho que vende salgados e serve café em frente ao terminal General Osório estará lá, assim como o faz todos os dias, com suas vestimentas brancas e a bicicleta onde carrega as caixas térmicas.
Na segunda-feira, o motorista do ônibus que atende ao bairro será o mesmo de 30 anos, conforme o mesmo tanto se orgulha quando questionado sobre o tempo de trabalho. Vai estar dando ‘bom dia’, cumprimentando e buzinando para seus conhecidos.
Na segunda-feira, as crianças que sobem a ladeira desta rua sempre a pé continuarão assim fazendo para ir até a escola, como acontece todos os dias letivos do ano. Passarão carregando suas mochilas e já aguardando pela volta para a casa.
Na segunda-feira, o pedreiro que tem trabalhado arduamente na construção de uma casa, aqui na esquina debaixo, sem sombra de dúvida chegará no mesmo horário padrão, às seis horas, para martelar, cimentar e rebocar.
Na segunda-feira, os jornais da TV começarão todos no mesmo horário, da mesma forma que os programas matinais e as novelas da tarde. O rádio vai tocar as músicas que lhe pedem e os impressos estamparão a foto do novo presidente do Brasil.
E enquanto a segunda-feira vai passando, o vendedor de salgados, o motorista do ônibus, o pedreiro, eu e até mesmo as crianças terão o mesmo pensamento: “Amanhã é outro dia!”.